quarta-feira, 25 de julho de 2012


DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR RODRIGUES SILVA COMO MEMBRO CORRESPONDENTE DA ACADEMIA JACOBINENSE DE LETRAS, EM 28 DE JULHO DE 2012, NO CENTRO CULTURAL PROFESSOR EDMUNDO-ISIDORO DOS SANTOS:
Mui Digno presidente da Academia Jacobinense de Letras, Ilma. Sra. Eliã-Siméia Martins dos Santos Amorim, secretária desta Entidade, Digníssimos Senhores Acadêmicos, Autoridades presentes ou representadas, prezados convidados  e distinta platéia,

     filho fugidio desta amena e simpática Terra, tendo-lhe começado a dirigir a atenção após muitas vicissitudes da vida, estou imensamente gratificado em atingir este patamar, aguardado desde o desabrochamento do corrente ano.
     Com muito pesar, não me acompanham neste comovente momento meus filhos – Primonata, Milca e Sóstenes  -- nem meus irmãos Arquimedes e Arnaldo Carneiro. Sou imensamente grato a todos quantos vieram prestigiar este momento marcante em minha vida em relação a esta cidade. Estendo meus agradecimentos àqueles que vieram para prestigiar a Professora Vera Jacobina, cujo topônimo-posnome homenageia esta cidade, oriunda da “Villa de Santo Antonio de Jacobina”, criada em 05/agosto/1.720 e transformada em cidade em 28/julho/1.880. “Terra dos Índios Paiaiás” (sic), cujo ouro foi descoberto no fim do século 17, motivo pelo qual até os tempos hodiernos é cognominada “Terra do Ouro”.
     Iniciando o assunto próprio desta solenidade, destaco a sentença latina proverbial “VERBA VOLANT; SCRIPTA MANENT” – que é o lema desta ilustre Casa. Por coincidência, é umas das máximas latinas que eu cito com maior freqüência. Sou grande admirador da Sabedoria Romana, expressa em frases lapidares, com a síntese sintática peculiar aos Latinos, particularmente àqueles Escritores que se esmeravam em cultivar a arte da palavra – Verbi Ars  ou Ars Latina, como Vergílio (sic) Cícero, Fedro e tantos outros.  A palavra deve ser o reflexo perfeito da mente, em prol da Verdade e do Bem.  Em muitos casos, “a palavra também é de ouro”, contradizendo o conhecido provérbio.
      Estou providenciando uma coleção de textos de minha autoria, em prosa e em versos, para oferecer à biblioteca desta Entidade Acadêmica.
      Não posso omitir nesta oportunidade ímpar algumas sentenças representativas de minha posição sobre a Linguagem e alguns outros assuntos da vida cultural, artística e social:
** Não valorizo a chamada “cultura popular”. Aliás, o vocábulo cultura, na acepção antropológica, deve ser substituído, para não confundir o verdadeiro sentido de Cultura. A partir da Constituição de 1.888, fala-se muito em CULTURA – às vezes mais se tratando da “anti-cultura” ou da “subcultura”  que da verdadeira cultura.
** Enquanto não se empreender a racionalização mínima da Linguagem, todos os seus grandes problemas continuarão, não apenas na Língua Portuguesa, mas em qualquer outra Língua.
** A Língua Internacional, ou “segunda Língua de comunicação”, deve ser o ESPERANTO. A Língua Inglesa é a menos indicada para esta finalidade. O século 21 deve caracterizar-se pelo Racionalismo e pela eficiência também no tocante à Comunicação Verbal.
** A Filologia deve ser usada como eficiente instrumento na racionalização da Linguagem e da Onomástica, através da Etimologia, da Morfologia e da Semântica.
** Infelizmente a Lingüística, apesar de constituir-se numa importante Ciência da Comunicação Verbal, tem prejudicado muito a Linguagem, visto que se preocupa freqüentemente em criticar tudo quanto se trata de lógica, de disciplina e de regularidade na comunicação, quer oral quer escrita.
** A partir de 2.006, minha produção poética tomou um novo rumo. Passei a empregar um vocabulário mais elevado, trocadilhos formais e semânticos com freqüência e outros recursos artísticos.  Como trocadilhos, cito o exemplo das poesias “Rolando e Amando” , “Amado e Amando” e “Pecador sem Pecado”. Quanto à licença poética, costumo dizer que ela não é justificativa para se praticar erros de Linguagem. Aliás, os lingüísticos modernos chegam ao disparate de declarar claramente que não existem erros de Linguagem. Existem princípios gramaticais que nunca deverão ser transgredidos. Afinal, a poesia é também um meio de comunicação verbal, e por isto deve conter uma idéia definida e uma forma gramatical correta.
     Com a intenção de colaborar com o aspecto intelectual, formativo, desta Terra, tenho escrito e falado sobre assuntos a ela concernentes, como o verdadeiro étimo do topônimo JACOBINA, sobre alguns aspectos de sua História (Vede “Enciclopédia dos Municípios Brasileiros”, verbete “Jacobina”, reproduzido por mim para o Artigo Público desta cidade, sobre o qual o senhor Adauto me enviou mensagem de agradecimento pela internete).
     Encerrando, cheio de comoção e agradecimento, declaro enfaticamente:
     NÃO DESISTO DE MEUS SONHOS, OS QUAIS SÃO INSTIGANTES E DESAFIANTES. OS MAIORES DELES, NA ÁREA DE LINGUAGEM, SÃO A RACIONALIZAÇÃO DA LINGUAGEM E A SISTEMATIZAÇÃO DA ONOMÁSTICA – INTIMAMENTE ASSOCIADOS. A RACIONALIZAÇÃO DA LINGUAGEM INCLUI A MUDANÇA COMPLETA DA ORTOGRAFIA – ASSUNTO SOBRE O QUAL A LÍNGUA PORTUGUESA NUNCA ENCONTROU O RUMO CORRETO. A ÚNICA SOLUÇÃO É A  ADOÇÃO DA GRAFIA FONÊMICA, ALIÁS RECOMENDAVÉL A TODAS AS LÍNGUAS, NÃO APENAS À LÍNGUA PORTUGUESA. O SISTEMA ORTOGRÁFICO ATUAL É UMA ABERRAÇÃO, CONTRA  TODA A LÓGICA, CONTRA A PRÓPRIA LINGÜÍSTICA  E CONTRA OS MAIS RUDIMENTARES PRINCÍPIOS DA CONVENIÊNCIA.

terça-feira, 24 de julho de 2012


AUTOBIOGRAFIA: PROFESSOR (AGENOR) RODRIGUES SILVA
Nasci no dia 30 de setembro de 1949, na Fazenda Recanto, junto ao povoado de Peixe, na época pertencente ao distrito de Itapeipu, município de Jacobina, neste Estado. Por coincidência, 30 de setembro é o dia de São Jerônimo, um dos primeiros filólogos da História.                                                                                                                                                              Aprendi a ler somente aos 10 anos de idade, com meus irmãos maiores, pelo fato de residir numa fazenda, numa época em que estudar era difícil. Estudei  o curso primário e o início do ginásio no Mosteiro Cisterciense  de Jequitibá, município de Mundo Novo.Em 1964, na 1ª série ginasial, pertencia ao seminário daquela ordem religiosa. Em 1965 passei a estudar a 2ª série ginasial no Seminário São José, em Tucano, onde concluí o ginásio.                                                                                                       Em 1968, passei para a Diocese de Feira de Santa Ana (sic), estudando em regime de semi-internato, no Colégio Estadual de Feira de Santa Ana. Em 1969 estudei em Amélia Rodrigues, curso pedagógico, concluindo-o no ano seguinte, quando prestei concurso para o magistério público do Estado da Baía, sendo aprovado em terceiro lugar.                                                                                                                               Em 1970 desliguei-me do seminário diocesano, ficando sem estudar naquele ano. Em 1971, lecionei Língua Francesa e Língua Portuguesa no Colégio Municipal Governador Luis Viana Filho, em Amélia Rodrigues. Em 1972 ingressei no Magistério Estadual. Em 1975 iniciei a Licenciatura em Letras com Língua Francesa, concluindo tal curso em 1979.                                                                                                                     A partir desse ano, dediquei-me ao magistério do 1º e do 2º graus. Paralelamente a minha atividade profissional, dedicava-me ao Jornalismo, como colaborador, ao Radialismo, idem, e me aprofundava cada vez mais como pesquisador em várias áreas, como Filologia, Comportamento Humano, Sexualidade e Onomástica -- minha maior e mais rara especialidade.                                                                                                                                                             Em 1979 e 1980, participei de dois congressos do Movimento Neodidático da Língua Portuguesa, onde apresentei a proposta de uma reforma completa do sistema ortográfico português, colocando como alternativa secundária a grafia fonêmica. A direção do Movimento, porém, recusou formalmente a apresentação da Reforma Ortográfica, porque admitia somente a grafia fonêmica.  De qualquer maneira, a participação nos dois congressos citados me foi muito útil, reforçando em mim a idéia antiga de que se faz necessário reformular a nomenclatura da gramática portuguesa, racionalizar a Linguagem e sistematizar a Onomástica. De 1997 a 1999, tratei da sistematização da Linguagem Racional, pela qual luto desde aquela época. Tenho conseguido muitos seguidores, inclusivamente na grafia. Sabemos que nosso sistema ortográfico é repleto de incoerências, visíveis a qualquer pessoa razoavelmente inteligente.                                                                                                                                                                         Em setembro de 1981, casei-me, logo depois iniciando-se uma longa história, que muito prejudicou minha vida.                                                                                                                                                                                      Em 1983, ingressei na Academia Feirense de Letras, que estava em fase de reiniciação. Em 1997, ingressei também como membro fundador  na Academia de Letras e Artes de Feira de Santana. Em 2006, comecei a participar do Grupo de Ação Cultural da Bahia, pelo qual já publiquei várias matérias importantes, em seus “Cadernos de Literatura”.                                                                          Em Janeiro de 2010 concluí o curso de Radialismo, através do qual tenho conseguido divulgar muitos assuntos e idéias importantes.                                                                                                                                         Tenho três livros publicados: “Sistematização da Antroponímia” (1977; possivelmente, o primeiro livro do mundo sobre o assunto); “Relances à Vida” (1981: crônicas e contos) e em 1983: “Meus Recados em Versos” (poesias).
Feira de Santa Ana, Baía, terça-feira, 24 de Julho de 2012.
OBS.: Esta autobiografia foi redigida especificamente para meu ingresso, como membro correspondente, na Academia Jacobinense de Letras. A posse está prevista para o próximo sábado, dia 28 a partir das 19 horas, na sede da Entidade, na residência de seu presidente, Professor Edmundo Isidoro dos Santos. Deverá comparecer um pequeno grupo de pessoas de Feira de Santa Ana, especificamente jornalistas, radialistas e acadêmicos de Letras.