segunda-feira, 2 de março de 2015

LITERATURA -- Nº 28

"B O M-C R I O U L O" -- Este romance, de ADOLFO (Ferreira) CAMINHA, escrito em 1.895, foi o primeiro em Brasil a tratar da homofilia masculina. Foi o primeiro romance brasilês também a ter UM NEGRO COMO PROTAGONISTA! Estou com a edição da Editora Escala, sem o ano. Dele estraí o seguinte, com algumas adaptações, como sempre: "O AUTOR: ADOLFO (Ferreira) CAMINHA: Aos 29 de Maio de 1.867, nasceu ele, em Aracati, Ceará. Era filho de Raimundo Ferreira dos Santos CAMINHA e Maria-Firmina CAMINHA (Observai a prática errõnea da Antroponímia neste caso!!). Tendo ficado órfão de mãe aos dez anos, veio morar em Rio de Janeiro, com um tio, e matriculou-se na Escola Naval, aos 13 anos. Em 1.835, como guarda-marinha, fez a viagem de instrução no navio Almirante Barroso, quando teve a oportunidade de conhecer várias cidades de Estados Unidos de América e as principis capitais das Antilhas. No retôrno, serviu em alguns navios na Armada, em Guanabara, e em 1.888, serviu em Ceará, junto á Escola de Aprendizes Marinheiros. Aos 21 anos, protagonizou um escandaloso caso amoroso, envolvendo-se com a esposa de um militar. Por isto, teve que ser transferido da capital cearense, mas preferiu abandonar a Marinha para prosseguir com seu "amor. Em 1.892, retornou a Rio de Janeiro, tendo aí ficado até sua desencarnação, em 1.897 (dia 1º de Janeiro). A carreira de escritor foi curta, mas lhe concedeu notoriedade e respeito. Sua obra, Naturalista, era modelo de descrição da difícil realidade humana, agravada pelas características de sua escola literária, na qual o ser humano é submetido aos caprichos das circunstãncias, sem raciocinar, sem reagir. Seu primeiro romance importante foi A NORMALISTA, o qual suscitou as mais diversas reações nos leitores. No entanto, logo depois, em 1.895, veio o mássimo: BOM-CRIOULO, no qual, com coragem e firmeza, muita habilidade literária e sicológica, abordou pela primeira vez em nosso país a questão da HOMOFILIA MASCUINA, tão repudiada naquela época de atraso e de império da Igreja Católica!!! Alguns críticos afirmam que o Autor usou a ficção para esbofetear a sociedade cearense da época, que o perseguiu, hostilizou e recriminou por causa de seu amor. Suas personagens teriam correspondentes na vida real, e seriam lembrados, comentados e satirizados na cidade. Para finalizar, três passagens da obra em apreço. Observai quanto é estraordinário este Autor: 1) "Respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono" 2) Sobre Dona Carolina: "Ela, de ordinário, tão meiga, tão comedida, tão escrupulosa, mesmo, aparecia-lhe como um animal formidável, cheio de sensualidade, como uma vaca de campo , estraordinariamente ecitada, que se atira ao macho antes que ele prepare o bote" (Obs.: "formidável": horrendo) 3) ""Herculano foi surpreendido por outro marinheiro a praticar uma ação feia e deprimente do caráter humano; tinham-no encontrado sozinho junto á murada, em pé, a mexer com o braço numa posição torpe, cometendo contra si próprio o mais vergonhoso dos tentados" (Que bobagem!! Trata-se da Masturbação!!!)

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