sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O DIA DE FINADOS

     O Dia de Finados continua sendo muito comentado. Ouvi uma reportagem do programa "Subaé em Revista", na qual falaram um antropólogo e um sicólogo. Telefonei solicitando fazer um rápido comentário, com uma visão um pouco diferente, mas o atendente me declarou quê aquele programa não permite quê ouvintes falem "no ar". Apenas podiam deixar seu pensamento anotado, para depois ser lido pelos apresentadores. Baseado em minha experiência no radialismo, não aceitei.
     O antropólogo frisou sobre as diversas "culturas" e sobre a lenta evolução do pensamento de nossa sociedade sobre o assunto, partindo de um nível muito maior de entrosamento entre os diversos povos, como efeito do desenvolvimento tecnológico.
     O sicólogo falou sobre o maior ou menor choque por parte dos entes queridos diante de um falecimento, sobre a duração máxima admissível do luto -- um ano -- fato quê considero uma falta muito grande de maturidade, de visão correta da vida.
     Falou também sobre a influência das doutrinas religiosas: o conceito de ressurreição, de reencarnação e outros quê ocorrem nas religiões orientais. Sei também quê sociedades primitivas, como muitas existentes na Austrália, na Ásia e até entre nós (tribos indígenas quê até agora não entraram em contato conosco) mantêm tabus sobre a morte. Exemplo: Quando uma pessoa falece, seu Nome passa muito tempo sem ser pronunciado ou sem ser adotado em alguém da tribo. Também existem tradições típicas entre eles quanto ao comportamento em relação ao cadáver.
     No entanto, discordei dos expositores porquê nenhum deles criticou a falta de formação das pessoas quanto à morte, como também não criticaram a chamada "indústria da morte" -- um verdadeiro absurdo capitalista. Sabe-se quê atualmente é mais fácil morrer quê nascer, mas isto não deve continuar a acontecer. Acho quê o Governo deve interferir nesta área, baixando normas para simplificar os comportamentos funerários, e conseqüentemente, evitando sérias dificuldades das pessoas de menor poder aquisitivo. Também tais providências colaborarão para quê as pessoas reflitam sobre a nulidade de tanta preocupação com o cadáver.
     Enfatizo quê o importante é o espírito, não o corpo. As providências quanto ao corpo devem ter o objetivo de preservar a saúde pública e dificultar a ação de criminosos. Explico melhor: através do exame cadavérico, atestado médico quanto à morte ("atestado de óbito") e outras providências, a lei faz com o quê se descubra a diferença entre mortes naturais, acidentais e assassinios.
A sociedade deve passar a refletir o seguinte:
* A morte deve ser considerada um fenômeno totalmente natural, ao lado da vida. Como consequência, as pessoas devem preparar seu espírito para ela.
* Obviamente, admite-se um sentimento maior diante de mortes prematuras, violentas, criminosas. No entanto todos devem preparar sua sique para em pouco tempo recuperar-se para a rotina da vida, pois de um jeito ou de outro todos são substituíveis.
*A morte é um fenômeno imprescindível, sob vários aspectos. Quê seria da Humanidade se as pessoas não morressem ou se vivessem 300, 400 ou 500 anos? Por acaso a Terra já não estaria superlotada há muito tempo?. Só haveria um jeito: cada pessoa não se reproduzir, fato quê vai de encontro à necessidade síquica da maioria das pessoas -- a gratificante experiência de ter um filho.

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