quarta-feira, 5 de março de 2014

Série LINGUAGEM E ONOMÁSTICA – Nº 27


Tradução de Antropônimos
          Criaram, para a tradução dos Nomes próprios, dois vocábulos desnecessários: “metonomásia” (do Grego METONOMASÍA: mudança de nome) e o hibridismo “traducinônimo” em vez de “traducinômino”.
          A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, no volume 17, página 123, apresenta o seguinte conteúdo, sob o verbete “metonomásia” (Fiz adaptação,  como sempre):
          “Metonomásia”, s.f.: Mudança do nome próprio por meio de tradução para outra Língua. Do Gr.: metonomasía.
          Gramática: A metonomásia faz-se em Geografia, em vários casos, como em ‘Cabo da Boa Esperança’ e ‘Terra Nova’, nomes portugueses que em outras Línguas foram traduzidos; a Cape Town e Casa Blanca, que os portugueses verteram para Cidade do Cabo e Casa Branca.
          Na Antroponímia Bíblica, registra-se os casos notáveis de Petros (Pedro em Grego; Petrus em Latim), vertido do Aramaico Kefas, que significa pedra;  Dídimo, gêmeo, em Grego, vertido do correspondente aramaico T’omâ; e Dórcade, gazela, em Grego; Tabitha, em Aramaico.
          No século 16, principalmente nos países germânicos, foi hábito em voga entre os pensadores, traduzir seus posnomes para o Latim ou para o Grego, como João Claromontanus (Lichtemberg: monte luminoso); João Capnion (Reuchlin, “fumo”, ou “vaporoso”, em alguns dialetos germânicos); Henrique Lúpulus (Woolfln, lobato); Miguel de Nostradamus (Nôtre Dame, Nossa Senhora, em Francês); Filipe Melanchton (Schartzerde: Terra Negra, em Alemão); João Ecolampádio (Alemão: Hausschein: lâmpada caseira). Um caso recente (meado do século 20) é o da família Battenberg, que, em Anglaterra, verteu o posnome, depois da primeira grande guerra, para Mountbatten.
          Ultimamente, surpreendi-me ao ouvir de um confrade, estudioso, a pronunciação “Martinho Lutero Rei”. Ele está corretíssimo!
   

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