M A T É R I A  1

                     D IA   DO   M A Ç O M
      No próximo dia 20, comemorar-se-á o dia do maçom. O motivo da escolha desta data foi o discurso de José Gonçalves Lêdo, no dia 20 de agosto de 1.822, no qual ele reivindicava a independência política de nosso país.
     A Maçonaria, para boa parte de nossa população, ainda é uma entidade totalmente desconhecida e mal vista por muitas pessoas, por mera ignorância. Na História do Brasil, ela aparece muitas vezes como promotora direta ou indireta de grandes causas sociais e humanitárias. A maçonaria é uma entidade muito antigas. Suas origens remontam há alguns séculos antes de Cristo. Baseia-se nos ensinamentos profundos dos essênios e de outros grupos religiosos antigos. Ela tem uma filosofia iniciática, evolutiva (reencarnacionista), libertária e progressista.
     Por estas causas, na fase do Brasil-Colônia, ela lutava pela liberdade, inclusivamente religiosa. É conhecida a célebre "Questão Religiosa", que envolveu dois bispos católicos, destacando-se Dom Antônio de Macedo Costa, Bispo de Pará. O problema era ligado à rejeição à Maçonaria por parte da Igreja Católica. Os dois bispos foram presos.
     Na época atual, uma das preocupações da Maçonaria é  libertar a sociedade de graves problemas sociais, políticos e sanitários. Ela investe, por exemplo, em escolas, em cursos e em campanhas.
     Quanto ao fato de ser considerada uma entidade secreta, deve-se a sua doutrina iniciática, que não está ao alcance das massas. Por isto, é preservada aos iniciados. Ela é reencarnacionista, e como tal, acredita na evolução contínua dos espíritos, encarnados e desencarnados. O fato de exigir sempre pessoas de boas condições financeiras se explica simplesmente devido ao fato de quê seus membros precisam colaborar sempre financeiramente com as causas filantrópicas. Outro critério para que alguém participe dela é não ter problemas de relacionamento íntimo, para quê a pessoa tenha tranquilidade de se dedicar às causas defendidas pela entidade.
     A origem do vocábulo "maçom" é o francês "Franc Maçon" que quer dizer "pedreiro livre". A História explica a relação dos pedreiros com o ínicio dessa entidade em França.
 
   M A T É R I A  2
                                            L I T E R A T U R A    B R A S I L E S A

       O   A T E N E U,  DE RAUL POMPÉIA
    
      A única obra de Raul Pompéia que se destacou na Literatura Brasilesa foi  "O Ateneu -- crônica de saudades". O subtítulo do romance indica que se trata de um livro de memórias, porque não tem enredo, própriamente dito. A matéria narrativa é um conjunto de reflexões e episódios relembrados pelo narrador (Sérgio, adulto), o qual relembra sua experiência (Sérgio, adolescente) como interno do Colégio O Ateneu. Por isto não existe preocupação com a ordem cronológica nem com a realidade objetiva.
      O ATENEU (internato) é um pequeno mundo que reflete a sociedade e seus desequilíbrios. Eminentemente sicológico, o romance de Raul Pompéia afasta-se do Naturalismo, mas apresenta alguns traços próprios desse estilo. Um pequeno excerto dele:
    "A mais terrível das instituições do Ateneu não era a famosa justiça do arbítrio, não era ainda a cafua, asilo das trevas e do soluço, sanção das culpas enormes. Era o livro das notas.
    Todas as manhãs, infalivelmente, perante o colégio em peso, congregado para o primeiro almoço, às 8 horas, o diretor aparecia a uma porta com a solenidade tarda das aparições e abria o memorial das partes.
    Um livro de lembranças comprido e grosso, capa de couro, rótulo vermelho na capa, ângulos do mesmo sangue. Na véspera, cada professor, na ordem do horário, deixava ali a observação relativa à diligência dos seus discipulos. Era o nosso jornalismo. Do livro aberto, como as sombras das  caixas encantadas dos contos de maravilha, nascia, surgia, avultava, impunha-se a opinião do Ateneu. Rainha caprichosa e incerta tiranizava esta opinião sem corretivo, como os tribunais supremos. O temível noticiário, redigido ao sabor da justiça suspeita de professores, muita vez despedido por violentos, ignorantes, odiosos, imorais, erigia-se em censura irremíssivel de reputações. O julgador podia ser posto fora por uma evidenciação concludente dos seus defeitos; a difamação estampada era irrevogável"

M A T É R I A  3
        O "M A L U C O  B E L E Z A"
        Perto de completar 22 anos de sua morte, Raul Seixas continua a impressionar pelo pensamento místico e filosófico-anarquista e é lembrado com exposição e espetáculos artísticos dos Panteras.
       Conforme matéria publicada em A TARDE do último dia 16, existem raros casos na música popular brasilesa em que uma pessoa da canção seja também uma pessoa de idéias, de pensamento filosófico vivo e atuante e disseminador de mensagens e de toques. Em Raul (Santos) Seixas (1945-1989) estes dois aspectos ocorreram em proporções quase iguais e com razão ele se tornou um ídolo ímpar na música nacional. Às vespéras de se completar mais um ano de sua morte, ocorrida em 21 de agosto de 1989, uma legião de admiradores do "maluco beleza", se mobiliza para homenageá-lo sob diversas formas
    Alguns de seus pensamentos:
    * "Só há amor quando não existe nenhuma autoridade"
    * " Todos os partidos são variantes do absolutismo. Não fundaremos mais partidos; o Estado é o seu estado de espírito"
   * " Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade"
   * "A desobediência´é uma virtude necessária á criatividade"
  " Do materialismo ao espiritualismo é uma simples questão de esperar esgotarem-se os limites do primeiro"
   *Antes de ler o livro que o guru lhe deu, você tem que escrever o seu"
    Estes exemplos de pensamentos de sua autoria demonstram sua maneira filosófica e anarquista de pensar. Ele é uma das pessoas mais originais e ao mesmo tempo profundas de nosso mundo artístico. Vale a pena ler sua biografia e acompanhar as letras de suas músicas