terça-feira, 2 de agosto de 2011

Matéria 1
                    S É R I E "F A L A   E   E S C R E V E    C O R R E T A M E N T E"   -- Nº 5:
 A LEITURA COMO MEIO DE APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA      

     É muito conhecido o fato de quê quem tem o hábito de ler tem mais facilidade de falar, de escrever, e como consequência de redigir . A leitura, em primeiro lugar, desenvolve o vocabulário, o hábito de pensar, de associar idéias, de concluir, resumir e ampliar.
    O leitor também se beneficia muito no tocante à ortografia. Conheço um caso curioso: Uma pessoa costuma ler, às vezes durante o dia quase todo. No entanto, não sabe escrever palavras comuníssimas,  como "fazer" e "coisa". Quando eu lhe pergunto o porquê deste fato, ele me diz quê quando lê não se preocupa com as palavras, com a ortografia, mas apenas com o conteúdo do texto. Eu lhe retruco: 
   -- Independentemente (1) do conteúdo, existe a memória visual , isto é: de tanto o leitor ver uma palavra escrita,  o cérebro memoriza sua grafia. Os professores de Língua Portuguesa e de Redação sempre afirmam quê quem tem o hábito da leitura tem facilidade na grafia  (2). Ademais,  toda pessoa tem o dever civil , como disse certo escritor, de aprender a modalidade escrita da Língua Materna.
     Infelizmente, nosso país cultiva muito pouco o hábito da leitura. Nos dias atuais, os impressos são muito mais acessíveis quê antigamente: promoções de livro, comércio de livros usados (chamados impropriamente "sebo" ), brindes de livros em programas radiofônicos e em instituições culturais, como academias de Letras, empréstimos de livros por bibliotecas, e até vendas de livros através de promoções de jornais. No âmbito didático, os livros quê são distribuídos nas escolas pelo Governo Federal, depois de três anos ficam com os alunos, e como tal podem ser ofertados a outras pessoas. No engtanto, apesar de tudo isto, uma   parte da população continua alienada ao mundo da leitura. Atualmente, somente quem não quer não aprende, porquê a informação está disponível a todos, inclusivamente nos programas radiofônicos, na longevisão e na internete.
      Mais uma vez, repito: Não existe jeito para aquele quê não quer aprender, quê não se dispõe a se desenvolver, a se corrigir. Diz o provérbio:  "O pior cego é aquele quê não quer ver".
     Conclusão: É sabido  quê muitas campanhas, atualmente, não surtem efeito, devido à indiferença das pessoas para  a leitura, para a aprendizagem, para a atualização. É por isto quê nossa sociedade continua com sérios problemas de preconceitos, desatualização, de informação. Mas, o dever de quem escreve é "semear livros à mão cheia, para fazer o povo pensar". Um jornalista afirmou: 
     -- "O escritor faz o papel do bom semeador da parábola bíblica: Ele semeia, sabendo quê sua semente cairá nos mais diversos lugares, nas mais diversas situações; muitas delas se perderão, mas algumas produzirão 100%"
NOTAS:
    (1) "Independentemente": Neste contexto, a maioria das pessoas utiliza "independente". No entanto , a Linguagem Racional não admite  que se use o adjetivo com a função de advérbio, na maioria dos caso.Sejamos exatos.
   (2) "Grafia": Infelizmente, como sempre tenho dito, até mesmo os gramáticos e onomásticos  confundem grafia com forma e com ortografia. Forma é a seqüência de sons que forma uma palavra. Grafia é o emprego  quê se faz de determinadas letras e sinais diacríticos para representar uma palavra na Língua escrita. Ortografia é a grafia oficial, em princípio, considerada a grafia correta, por mais absurda que seja 
         
       MATÉRIA  2
                                                     A  R T E    P O É T I C A 
     O S   M U R O S   P R O T E S T A M
     Rodrigues Silva
     Data: 25 de dezembro de 1979, com base na observação dos muros de Salvador -- Baía
     
     Na cidade grande...
     os muros são também alto-falantes.
     Bradam a cada instante
     contra as injustiças sociais,
     contra os erros governamentais.

     Na cidade grande, 
     os muros são a tribuna popular
     daqueles desprovidos de poder,
     daqueles que não dispõem de um meio
     totalmente sem censura
     para protestar

     Os muros são a tribuna popular
     daqueles cujos protestos 
     não encontram onde ser ouvidos,
     pois as estruturas sociais,
     elitistas e convencionais
     os marginalizam.

     Os muros transcrevem manchetes de jornais
     em letras rústicas e garrafais:
        Acusam Capa de responsável por corrupção,
        chamam hipsilo de injusto e incapaz,
         apontam vê duplo como solução
         para um problema essencial:

        *"O POVO PRECISA DE EDUCAÇÃO"
         * "ABAIXO A DITADURA"
        *" GUERRA À POLUIÇÃO"     
         *" NÃO ACEITAMOS A CENSURA"
      Citam ainda o arrocho salarial,
      pregam anistia ampla, geral, irrestrita,
      pedem ajuda para uma classe aflita,
      defendem também a prática eqüissexual,
      quê para muitos é realmente imoral.
    
      São exemplos de protestos
      dos lentes e conscientes
      e não dos desequilibrados  
      nem dos desinformados.

      Assim, os muros frios e inanimados,
      inertes, petrificados
      são também  entes falantes,
      bravos comunicantes,
      impudicos e audazes ,
      pacifícos, mas contumazes.

     Os muros também falam
     na "selva de concreto".
    Os muros criticam
    os homens dos mais diversos.
    Os muros solicitam 
    os beneficios do progresso.
 
    (ÊNFASE NA DECLAMAÇÃO):
  
    Muros falantes,
    muros  arrogantes,
   voz silenciosa daqueles
    quê não podem falar,
   livro aberto para a todos comunicar...
   Os muros também falam na cidade grande!
    
    


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