sábado, 2 de fevereiro de 2013

FESTA DE IEMANJÁ: RETORNO Á MITOLOGIA

          No dia 27 de janeiro de 2.004, redigi um pequeno texto com esta epígrafe. Parece quê ele foi publicado apenas uma vez, no jornal FOLHA DO NORTE. Se naquela época, já era "cutucar o cão com vara curta" criticar tal festa, quanto mais nos dias de hoje. No entanto, renovo o texto, com maiores explicações sobre IEMANJÁ, acrescentando pequenas considerações sobre a Mitologia..
          Segundo o "Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguêsa", de CALDAS AULETE, 2ª edição brasilesa, 1.970, IEMANJÁ é:
           "S.F. (Bras.). Orixá feminino, que personaliza a água salgada, o mar (É a mãe-d'água dos iorubanos, a entidade feminina de maior prestígio nos candomblés da Baia. No sincretismo religioso, é identificada com Nossa Senhora em várias invocações:  Candeias, Carmo, Piedade. Virgem Santa). Dão-lhe também os nomes de Janaína, Dona Janaína, Princesa do Mar, Princesa do Aiocá ou  Arocá, Sereia, Sereia  do Mar,  Oloxum, Dona Maria, Rainha do Mar, Sereia Mucunã, Inaê, Marbô e Dandalunda. Cf. Câmara Cascudo: Dic. do  Folc. Bras.,  p. 306,  Rio,1.954,  e Edson Carneiro: Negros Bantos, p.72, Rio, 1937. Formado do Iorubano "Yeye", mãe + eja,  peixe." (transcrição quase ipsis lítteris)
           É incrível como ainda no século 21 uma multitude se lança ao mar, despejando-lhe inúmeros presentes oferecidos a JANAÍNA ou IEMANJÁ, a "mãe-d'água", entidade tipicamente folclórica, e conseqüentemente, de aparência mitológica.
            A Humanidade, quê tanto cresceu tecnologicamente no século 20, continua infantil no tocante À mentalidade, á Espiritualidade, crendo quê existe uma "rainha do mar" quê recebe os presentes (donativos) dos humanos e os beneficia. Trata-se de uma crença igual às da Mitologia, quer seja grega, latina germânica ou outra qualquer. A MITOLOGIA é o culto aos deuses e semideuses da Antiguidade, os quais nada mais eram quê pessoas dotadas de uma evolução superior à da maioria dos terráqueos. Caracterizam-se pelas qualidades sobre-humanas ou até sobrenaturais. Exemplo: Cria-se quê a fênis (sic) durava muitos séculos, e quê, sendo queimada, renascia das próprias cinzas. OSÍRIS, principal deus de EGITO, tinha CEM OLHOS. JANO tinha um olho na frente e outro atrás, para ver o passado e o presente ("deus bifronte"). Também se baseiam na Mitologia Grega os complexos de Édipo e de Eletra, tão citados na Sicanálise (sic).
      Embora tudo isto tenha um valor simbólico, represente um ensinamento, faz parte de um estágio primitivo da vida humana, não devendo, absolutamente (isto é:  de forma alguma) ser valorizado hoje em dia, pois atualmente já estamos na época do ILUMINISMO. Todos devem procurar a  EVOLUÇÃO MENTAL, NÃO CONSERVAR IDÉIAS ATRASADAS, SIMBÓLICAS, APENAS,  ETC. O TEMPO DA APARÊNCIA (SIMBOLISMO) COMO MEIO DE CHEGAR-SE à ESSÊNCIA JÁ SE PASSOU.
        UMA PROFESSORA DE HISTÓRIA, EM JACOBINA, PROCUROU VALORIZAR OS MITOS  AO  TRATAR DA LENDA DE JACÓ E BINA COMO FUNDADORES DA CIDADE.  EU CRITICO SERIAMENTE TAL ATITUDE. É TEMPO DE ABANDONAR FOLCLORE, LENDAS, MITOS, PARA TRATAR DA REALIDADE,  DA CIÊNCIA, A QUAL SEMPRE PROCURA MOSTRAR A VERDADE, A ESSÊNCIA  DE CADA COISA.
         As Religiões possuem como base o primitivismo das sociedades. É por isto quê elas  continuam com idéias primitivas, valorizando com freqüência os simbolismos, os ritos. Isto está bem claro nas religiões de matriz africana.
         Além de ser um ato totalmente inútil, a festa de Iemanjá tem um grande inconveniente: a poluição das águas do mar. Também não consigo entender como é quê algumas pessoas de uma boa formação e boa cultura  continuam apoiando tal iniciativa, "em nome da cultura, da tradição". Isto não é CULTURA, É SUBCULTURA (Não aceito o conceito  antropológico de cultura).              
        COMO CONSEQUÊNCIA, PARA MIM, NÃO EXISTE  A DIVISÃO  "CULTURA OBJETIVA" E  "CULTURA SUBJETIVA". ATUALMENTE, FALA-SE MUITO MAIS EM FOLCLORE, TRADIÇÕES E ATÉ  EM SUPERTIÇÕES (SIC) QUÊ EM CULTURA.

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