sexta-feira, 29 de julho de 2011

Matéria 1
                    SÉRIE "É IMPORTANTE ESTUDAR OS NOMES PRÓPRIOS" -- N° 5
         PROVAS DA IGNORÂNCIA DE NOSSA SOCIEDADE NO TOCANTE Á ONOMÁSTICA

        * Uma empregada de uma empresa telefonou-me para confirmar meus dados. Ao citar a signatura de meu filho, disse: SOSTENES. Eu disse: "SÓSTENES, com acento no O. Não te esqueças do acento". A moça fez um gesto de estranheza diante de minha afirmação.
        * Nos primeiros dias em quê saiu na Média a signatura do delegado Protógenes Queirós, ouviu-se as mais diversas pronunciações: /Protojenís/, /Protajenís/, Protojênis/. Tenho lembrado em outras oportunidades quê o Nome Protógenes é um dos mais regulares da Língua Portuguesa. O elemento de composição proto é muito comum entre nós. Significa "primeiro" . "-genes" é do grego gignomaí, quê significa gerar, produzir. Outros Nomes com a mesma terminação: Hermógenes, Diógenes.
       * O posnome Chinaglia, de um ex-ministro, é pronunciado das mais diversas formas: /Chinália/, / Chináglia/, / Kináglia/. Este posnome é italiano, uma Língua muito conhecida entre nós. Então não existe motivo para os repórteres não aprenderem a pronúncia. Muita gente conhecida tem nomes ou posnomes italianos nos quais aparece o dígrafo CH com o som de nosso Q. Exemplo: Reynaldo Gianecchini. É bom lembrar quê as regras de pronunciação dos nomes próprios das Línguas Estrangeiras, com raríssimas exceções são as mesmas  dos nomes comuns. Por quê, então não consultar os dicionários das respectivas Línguas para aprender a pronúncia correta? Não existe, pois, justificativa para tal situação.
      * Nomes de cidades muito conhecidas de Europa e outros Continentes com freqüencia são mal pronunciados e mal escritos.
      * Um apresentador de Rádio leu "Presidente / Jêizel/". Devo lembrar quê os repórteres e jornalistas profissionais estão sempre ouvindo as fontes de notícias, tendo pois a oportunidade de ouvir a pronunciação correta ou pelo menos aproximada das palavras estrangeiras.
      * Um outro radialista leu /freud/. Este posnome alemão, também é muito conhecido, muito citado. Por quê então pronunciá-lo erroneamente?
      * Radialistas-jornalistas confundem constantemente Nome com posnome e vice-versa. Alguns chegam a qualificar apelidos como nomes. Costumam também usar o vocábulo oficial,. mas impróprio para os dias atuais "prenome". Este vocábulo deve reservar-se ao contexto antigo dos Romanos.Naquela época, destacava-se a família, o clã, ao contrário da modernidade, pelo menos nas Américas nas quais se destaca o indivíduo. Até Nomes comuns da Bíblia, da História e da Literatura são pronunciados e escritos erroneamente.
       Nas últimas Olimpiadas mundiais, um sacerdote muito culto, quê escreve normalmente em jornais, cometeu doze erros em nomes próprios ao contar a História das Olimpíadas. Muitos desses nomes próprios são muito comuns entre nós, quer seja na História Mundial, na Literatura e alguns até na Bíblia. Então é muito triste constatar-se um fato como este.
      * O posnome patronímico espanhol "Fernández" com freqüência é pronunciado como paroxítono. Um dos problemas de nosso povo é quê ele cultivou o conceito absurdo de quê não se usa acento diacrítico em nomes próprios. Esta idéia é totalmente desprovida de qualquer fundamento lógico ou gramatical. Confira-se a importante obra do professor Osvaldo Requião "Os Nomes Próprios Personativos e a Ortografia em Vigor".
        Em tempo: Com o posnome espanhol "Álvarez" ocorre o mesmo problema verificando com "Fernández".
       * Muita gente estranha quando eu me identifico como Rodrigues. Tais pessoas não sabem quê muita gente é identificada por um ou dois posnomes (signatura parcial), por um nome vocatório  diferente do Nome. Por isto, algumas pessoas costumam chamar-me Rodrigo. Rodrigues é posnome patronímico de Rodrigo. Até meados do século 15, mais ou menos, o posnome patronímico era usado com uma função específica: indicar filiação. Assim, Rodrigues somente se aplicava a filhos de homens chamados Rodrigo. Esta indicação de filiação deve ser restaurada na Sistematização da Antroponímia
       * Nossa cidade está  cheia de vias públicas (principalmente ruas) com nomes  indígenas e de outras Línguas mal escritos e mal pronunciados. O povo faz uma grande confusão neste particular. Os vereadores são muito  culpados por esta situação. Eles não sabem pronunciar nem escrever tais palavras. A prefeitura não fiscaliza as placas das vias públicas quando são confeccionadas. Aparecem, na mesma via pública grafias  diferentes  para o mesmo Nome: "Artur", "Arthur", às vezes uma ao lado da outra. No município de Extremoz, em Rio Grande do Norte, existe uma célebre praia chamada "Jenipabu". Em quase todo lugar aparece com G. O vocábulo é tupi, e  como tal não admite G no lugar do J. 
       Observação final: Solicito aos leitores quê divulguem esta matéria aos professores de Língua Portuguesa e matérias correlatas  do Curso de Letras. Eles precisam de acordar-se  para a realidade onomástica.

    

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