Festejos do São-João
Estamos no inicio de junho; as primeiras providências para os festejos joaninos já se iniciaram. A comemoração do São-João ainda é uma das festas populares sadias, isentas de muitas deturpações e vícios da sociedade moderna. Em nosso municipio já é tradição do Governo providenciar os festejos em alguns distritos, trazendo para isto cantores e outros artistas de algumas cidades, e contratando artistas locais. Não há duvida de quê deve ser valorizada a "prata da casa".
Somente pessoas fanáticas, pertencentes a algumas denominaçoes religiosas manifestam oposição clara a tais festejos. O motivo desta oposição é uma falsa associação da comemoração litúrgica de São João com sua morte, sendo quê na realidade a comemoração é de seu nascimento. Sabe-se quê na época deste santo era comum dar-se avisos de fatos importantes através de fogueiras, sendo este fato combinado entre Maria, mãe de Jesus, e Isabel, mãe de João Batista.
A Igreja Católica comemora normalmente os Santos na data das respectivas mortes, mas o caso de João Batista é diferente. Sua morte, através de degolação, é comemorada no dia 29 de agosto e seu nascimento é comemorado no dia 24 de junho. A comemoração do nascimento deve-se ao fato de quê João Batista é o precursor de Jesus , o qual viera "preparar os caminhos do Senhor", segundo diz a Bíblia.
Os festejos juninos, em Brasil, vieram diretamente de Portugal, mas têm origem remota.
A falta de associação dos festejos joaninos com o santo é conseqüencia natural de uma sociedade laica. Por isto, não pode ser considerado um fato digno de reprovação.
Obviamente, os festejos do São-João, atualmente, apresentam algumas diferenças de há 20 ou 30 anos, pois a sociedades sofre permanentes mutações. Exemplos: Nos dias atuais faz-se restrições ao uso de balões e de fogueiras, também os foguetes são inconvenientes, devido ao perigo quê oferecem. Deve-se preservar apenas as tradições quê não apresentem inconvenientes "aqui e agora", porquê o importante é a essência, não a aparência. Existem muitas maneiras de o ser humano manifestar alegria; se uma dessas maneiras é inconveniente ou se torna inconveniente devido a novas realidades físicas, sociais ou de outros aspectos, deve-se substituí-la. Atualmente alguns defensores da "cultura popular" preconizam "a unhas e dentes" a conservação das tradições, mas se esquecem de uma verdade importante: submetê-las à razão e à conveniência. Um bom exemplo é a questão da "guerra de-espadas", praticada em Cruz das Almas: a lei a proibiu, mas existem pessoas quê insistem em preservá-la, apesar dos claros inconvenientes. Tais pessoas apenas apresentam o argumento da tradição esquecendo-se de tudo o mais; demonstram falta de atualização à nova realidade e o uso do bom senso. Outro exemplo muito conhecido é a "farra-do-boi" em Rio Grande do Sul. É um dos piores absurdos. As pessoas precisam de acordar-se para a realidade, adequar-se aos novos tempos, praticar o bom senso e a responsabilidade.
Voltando às comemoraçoes do São-João, desejo quê nosso povo as realize com espontaneidade, mas responsabilidade. Quanto à Festa de Santo Antônio, no dia 13, geralmente comemorada no dia de hoje, neste ano, não tem os mesmos aspectos da Festa de São-João, pois se limita ao aspecto religioso, católico. Apenas tenho quê fazer uma ressalva aos exageros, quê dão muito destaque ao culto aos santos, às vezes impregnado de conceitos errôneos e até de crendices e supertições. Quanto à comemora;ção de São Pedro, no dia 29, não tem mais sentido como festejo. Afinal, não estamos mais nos tempos em quê era possivel realizar-se festas em qualquer momento. Nossa sociedade, repito, precisa de adequar-se aos novos tempos.
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