Digo que a castração não resolveria o problema; pelo contrário, o intensificaria, pelo seguinte motivo:
A Sexualidade faz parte integrante de toda pessoa.Se ela está sendo má utilizada, a solução não é a castração, mas o tratamento sério do problema. Evidentemente nos casos mais graves, é preciso ocorrer um isolamento da sociedade. Isolamento não como castigo, mas como uma medida de proteção às crianças e adolescentes. Em qualquer hipótese, o tratamento é indispensável, e a família precisa colaborar.
As pessoas precisam entender que nenhum ser humano procura contatos libidinosos com crianças simplesmente porque quer. Trata-se de um desvio de comportamento, de origem muito anterior, quase sempre. O caso deve ser investigado por sicólogos e siquiatras para que a causa seja identificada, e a partir daí, que se encontre a solução do problema.
Existem alguns casos cuja origem é mais simples, por situações complicadas em determinadas fases da vida. Esses casos são mais fáceis de ser resolvidos. É evidente que a solução do problema exige sempre a boa vontade, o esforço da pessoa. Todos sabem que não adianta eliminar os sintomas sem eliminar a causa do problema. No caso específico, a castração não resolverá por dois motivos: por um lado, elimina uma parte identificadora do individuo -- o orgão genital (escroto); por outro lado, o escroto é apenas um meio que permite a pessoa praticar o ato genital; a causa vem do cérebro, da essência da pessoa. Se a pessoa que tem este problema não pode praticar o ato genital, ele continuará a maneira inadequada de sua genitalidade através de outros meios, inclusivamente com comportamentos anti-sociais e até agressivos; poderá ser muito pior.
Nossos parlamentares, especialistas e intelectuais precisam se conscientizar da seriedade do problema. Ainda existe no assunto uma certa hipocrisia, pois trata-se muitas vezes o adolescente como um ser assexuado, que não tem nenhum interesse pelo sexo, e por isto não o aceita, apenas se considerando vítima. É preciso que todos saibam que na situação atual de nossa sociedade, a maioria dos adolescentes de quinze anos, dezesseis e dezessete anos já toma iniciativas concretas sobre o assunto, pois tem interesse nele e sabe distinguir o ato voluntário do ato coercitivo. Não sejamos ingênuos nem moralistas no sentido depreciativo. Afilnal, quase ninguém espera tornar-se maior para praticar sexo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário