segunda-feira, 6 de junho de 2011

REFLEXÃO: PEDOFILIA DEVE SER ENCARADA DE MANEIRA DIFERENTE

          Atualmente, a chamada (impropriamente) "pedofilia" é um modismo. Existem muitas pessoas que procuram um motivo para acusar alguém de pedófilo. A Justiça já sabe muito bem deste problema. Numa caminhada em protesto contra o assunto em nossa cidade, nos últimos dias, uma autoridade local chegou a proferir claramente: " Todos estes criminosos devem ir diretamente para a cadeia". Faz alguns meses que um deputado federal incompetente teve a audácia de propor uma lei absurda, por ser antissicológica, desumana, copiada de alguns países europeus, que propõe a castração dos chamados "pedófilos". A castração poderia ser química ou anatômica. Em qualquer um dos casos, ela só faria aumentar o problema.
     Digo que a castração não resolveria o problema; pelo contrário, o intensificaria, pelo seguinte motivo: 
     A Sexualidade faz parte integrante de toda pessoa.Se ela está sendo má utilizada, a solução não é a castração, mas o tratamento sério do problema. Evidentemente nos casos mais graves, é preciso ocorrer um isolamento da sociedade. Isolamento não como castigo, mas como uma medida de proteção às crianças e adolescentes. Em qualquer hipótese, o tratamento é indispensável, e a família precisa colaborar. 
    As pessoas precisam entender que nenhum ser humano procura contatos libidinosos com crianças simplesmente porque quer. Trata-se de um desvio de comportamento, de origem muito anterior, quase sempre. O caso deve ser investigado por sicólogos e siquiatras para que a causa seja identificada, e a partir daí, que se encontre a solução do  problema. 
     Existem alguns casos cuja origem é mais simples, por situações complicadas em determinadas fases da vida. Esses casos são mais fáceis de ser resolvidos. É evidente que a solução do problema exige sempre a boa vontade, o esforço da pessoa. Todos sabem que não adianta eliminar os sintomas sem eliminar a causa do problema. No caso específico, a castração não resolverá por dois motivos: por um lado, elimina uma parte identificadora do individuo -- o orgão genital (escroto); por outro lado, o escroto é apenas um meio que permite a pessoa  praticar o ato genital; a causa vem do cérebro, da essência da pessoa. Se a pessoa que tem este problema não pode praticar o ato genital, ele continuará a maneira inadequada de sua genitalidade através de outros meios, inclusivamente com comportamentos anti-sociais e até agressivos; poderá ser muito pior.
    Nossos parlamentares, especialistas e intelectuais precisam se conscientizar  da seriedade do problema. Ainda existe no assunto uma certa hipocrisia, pois trata-se muitas vezes o adolescente como um ser assexuado, que não tem nenhum interesse pelo sexo, e por isto não o aceita, apenas se considerando vítima. É preciso que todos saibam que na situação atual de nossa sociedade, a maioria dos adolescentes de quinze anos, dezesseis e dezessete anos já toma iniciativas concretas sobre o assunto, pois tem interesse nele e sabe distinguir o ato voluntário do ato coercitivo. Não sejamos ingênuos nem moralistas no sentido depreciativo. Afilnal, quase ninguém espera tornar-se maior para praticar sexo.

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