sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Literatura Nº - 15


 
OS DOIS LADOS
Joelma Morbeck     Versos: 17

Muitos corações estão quebrados
por uma promessa de amor que nunca veio,
pelas palavras que não foram ditas
por orgulho por receio;
pelos toques que não foram dados,
pelas raivas que passâmos...
Tantos momentos que não vivemos
por pura proibição...
Que amor é esse,
que faz sofrer, que faz chorar?!
Que amor é esse?!
Que te tanto querer,
me faz pensar
que a vida é bela,
que a vida é dura,
mas que depois de cada amanhecer,
tudo passa, tudo muda?...

Análise de Rodrigues Silva
          Esta é uma das melhores poesias de minha querida confreira Joelma. Em sua estrutura de monobloco (sem divisão em estrofes), esta poesia é imensamente lírica, de fácil leitura, cujo conteúdo é de facílima assimilação.
          Observe-se que eu aperfeiçoei a pontuação e que desfiz a prática tradicional de empregar iniciais maiúsculas no inicio de cada verso. Estas duas mudanças no aspecto gráfico são muito importantes para uma compreensão imediata do texto. Aproveito para lembrar aos poetas que estas providências são muito úteis: tanto a pontuação exata quanto o emprego de maiúsculas segundo as mesmas regras estabelecidas para a prosa.
          Voltando à análise do trabalho poético, observa-se uma irregularidade na extensão dos versos. Isto, porém, ao contrário do que muita gente pensa, não é, absolutamente, falha. Dentre as possibilidades do ritmo de uma poesia, figura a diferença de extensão entre seus versos. Exemplo: “Tantos momentos que não vivemos / por pura proibição...” Outra passagem: “(....) que a vida é dura, / mas que depois de cada amanhecer, / tudo passa, tudo muda?!...”.
          Concluo, pois, afirmando que esta poesia, com o aspecto gráfico que eu usei, é facílima de ser memorizada e declamada, com espontaneidade e sentimento.

O QUE RESTOU
Joelma Morbeck     Versos: 10

Hoje eu vou falar de mim,
soltar meus bichos, meus cabelos,
e dizer tudo
em palavras caladas, cantadas.
Só não posso falar palavras
que me façam chorar depois.
Mas vou falar o dito e o que precisa ser dito;
falar bonito, falar do que acredito,
porque um dia vou deixar de viver
e preciso deixar minhas palavras não morrer

Análise de Rodrigues Silva
          Mais uma composição poética “gostosa”! Mais lírica ainda que a anterior; trata especificamente de sua necessidade de se comunicar, de se abrir, de “abrir seu coração”. Como na poesia anterior, observa-se claramente a diversidade de extensão de seus versos. Preferi considerar “que me façam chorar depois” outro verso, porque aquele que ela redigiu tem a extensão extada de dois versos. Outra sugestão minha, que não cheguei a registrar aqui, é incluir na expressão “deixar de viver” a expressão adverbial na “Terra”, ficando assim: “porque um dia vou deixar de na Terra viver”.
          Seu vocabulário, nesta composição poética, é completamente de uso geral, sem nenhuma dificuldade de compreensão e a elaboração dos versos é realmente muito leve, agradável!

Feira de Santa Ana, BAÍA,  28 de Fevereiro de 2014.

 

Alguns de seus Versos:

• “Quando penso que o caminho se acabou, / a viagem começou, / e eu fiquei / pensando em tudo, em nada, / porque o caminho não se acaba”
• “Nas viagens que fiz a meu interior / vi metade escura, metade clara. / No inicio, não entendi, / mas depois dessa viagem, / muita coisa mudou”
• A arte dança no tocar do instrumento / do poeta que, com sons se anima / e desalinha qualquer coração! / Versos simples, mas perfeitos na intenção. / Arte é assim: Não precisa de nada, / porque sai do coração, da alma / profunda, cheia de emoção.”   

Obs.: Igualmente, fiz alguns aperfeiçoamentos na linguagem.

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