quinta-feira, 13 de junho de 2013

Série "LITERATURA" -- Nº 02

   Hoje, no segundo número da série "LITERATURA", apresento algumas breves considerações sobre a literatura em relação ás MINORIAS AFETIVO-SEXUAIS. Oportunamente, apresentarei novos aspectos.
      Na literatura grega e na literatura latina, encontram-se rápidas referências ás minorias afetivo-sexuais. No entanto, tais referências não são carregadas de discriminação, de condenações como aquelas que aparecem em obras comuns até em pouco tempo. Sabemos que a PEDERASTIA GREGA era uma prática social positiva, apesar de um pouco discriminativa, mas, de qualquer maneira não tinha o aspecto de doença, anormalidade. Por isto, não era tratada coma carga  negativa que conhecemos hoje.
   Depois daquela fase histórica, o assunto ficou como que "proibido" na Literatura, por causa da condenação da Igreja católica a ele, seguida pelo Protestantismo. Os primeiros romances da época moderna sobre o assunto foram "O RETRATO DE DORIAN GRAY", de Óscar Wilde, no século 19, e O GRUMETE, mais ou menos no ano 1.890. Na mesma época, O BOM CRIOULO, de Inglês de Sousa, fez o mesmo sucesso. No mesmo século, Raul Pompéia tratou da homofilia entre os internos de um grande colégio, em seu romance extraordinário  "O ATENEU". No século 20, apareceu GIOVANNI, de JAMES BALDWIN, estadunidense (1ª edição: 1.956). É interessante observar que em todas  estas obras, aparecem vestígios da heteronormatividade, em muitos casos, prejudicando a tranqüilidade do relacionamento. Seu narrador-personagem, em determinado momento, reflete sobre a possibilidade de voltar a procurar uma mulher, exercer sua virilidade, assumir a paternidade, etc.. Durante sua relação, ele se refere ao relacionamento homófilo como uma coisa passageira, uma espécie de paliativo, como solução imediata  de um problema.
    "O BOM CRIOULO" e "O GRUMETE" terminam de maneira fatal: assassínio do homófilo passivo, que foi quem tomou a iniciativa. Naquele contexto histórico, o ativo (como ainda hoje) não era considerado homófilo:  era "o homem", "o tal", "aquele que manda no pedaço". Assim, a sociedade lhe perdoa o crime do assassínio, quando ele resolvia eliminar aquele que ele considerava um estorvo em sua vida.
   Eu gostaria de escrever um romance, ou melhor uma história de um relacionamento homófilo, mas sem este tipo de problema  Afinal, um casal homófilo pode ter outros problemas, comuns aos héteros, ou um pouco diferente, não sendo, pois, obrigatório que se apresente o antigo problema do estigma social. BASTA DE INJUSTIÇA E DE IRRACIONALIDADE!!!

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