quinta-feira, 9 de maio de 2013

"SERIE LITERATURA" -- N°01

                                                   CONCEITUAÇÃO :


     Deve-se aos filósofos gregos sofistas a primeira tentativa de conceituar "literatura" em sua acepção mais ampla, visto quê consideravam obra literária qualquer obra escrita que obedecesse a alguns preceitos:
  * Preceitos da invenção:  verdade e originalidade
* Preceitos da disposição: variedade dentro da perfeita unidade de exposição
* Preceitos da elocução: pureza da Língua: correção gramatical, clareza e    harmonia
    Para os sofistas, então, a Arte Literária consiste na realização dos preceitos estéticos da invenção, da disposição e da  elocução
        É bom ressaltar quê em Filosofia, os sofistas eram filósofos gregos contemporâneos de Sócrates,  quê atribuíam a si a missão de ensinar a sabedoria e a habilidade. A palavra grega sophistés quer dizer “sábio”.
       Entre os sofistas, destacavam-se Pitágoras e Górgias, O primeiro a estabelecer uma distinção entre literatura, na acepção restrita (obra estética) e literatura em sentido amplo (qualquer obra escrita) foi Platão, seguido por Aristóteles. Para ele, literatura é a imitação (mimese) da realidade.
     Para este filosofo grego, somente é obra literária aquela que imita ou "recria” a realidade. Evidentemente não se trata de mera reprodução, simples cópia da realidade. Trata-se de imitação, representação construída pelo autor,  apresentação da realidade segunda a maneira de ver dele. "O poeta imita, representa uma ação conforme a realidade ou a verdade, mas uma ação construída e arranjada por ele." Essa imitação não se estende, porém, à realidade ou à natureza exterior. Ela tem por objeto a vida humana, seus costumes, seus estados de alma, suas ações. Ademais, realidade aqui tem sentido muito amplo: não apenas aquilo quê é, mas também aquilo que normalmente ou moralmente deveria ser ou poderia ser. Podemos dizer quê Literatura é a elaboração literária daquilo que poderia acontecer ou acontece, mas apresentada com estética, com a arte da palavra.
    Um poeta quê, numa poesia, usa o pronome EU não quer dizer quê aquela narração ou aquele ponto de vista,  se trata obrigatoriamente dele. Na obra literária, quer em prosa, quer em verso, o literato fala em nome do ser humano, das pessoas em geral ou de uma pessoa qualquer que vive uma determina realidade.
  Algumas pessoas já atribuíram a mim determinados fatos que eu citei em uma poesia, dentro desta realidade; essa interrogação é muito comum.
   No século 19, voltou a predominar o conceito de literatura em sentido ainda mais amplo quê o do  sofistas:  "Literatura é o conjunto da produção escrita de um povo, de um individuo". Logicamente, este conceito é inexato e inconveniente. Atualmente o melhor conceito de literatura é:
    "Literatura é a expressão dos conteúdos da ficção, ou da imaginação, com visão de uma supra-realidade, com dados profundos, singulares e pessoais da intuição do artista, o qual pode usar palavras com sentido múltiplo e pessoal" (fusão dos conceitos de Fidelino de Figueiredo e de Massaúd-Moisés).
                 Observação: Para esta matéria, utilizei "Teoria da Literatura", de Audemaro Taranto Goulart e Oscar Viera da Silva, Editora do Brasil S/A, Rio de Janeiro, RJ, 1975.  
   

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